Com o argumento de estimular o crescimento da
região Norte Fluminense, empresários e gestores públicos estão promovendo a
maior destruição de uma das últimas áreas de restinga do país: sete mil
hectares no município de São João da Barra, destinada pelos governos municipal
e estadual para a criação do Distrito Industrial, que será gerido pela Codin
(órgão estadual), mas dotado de infraestrutura com investimentos privados do
grupo EBX, do empresário Eike Batista.
A área é marcada pela singularidade da fauna e
flora, classificadas como de extremo interesse para a conservação da
biodiversidade, além de abrigar espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, que
poderão desaparecer em função da redução de seu habitat natural.
Espécies ameaçadas
Os RIMAs ( Relatórios de Impacto Ambiental )
mostram que nos locais que serão diretamente afetados existem áreas alagáveis
que servem de abrigo, refúgio, alimentação e reprodução das aves, incluindo
espécies em extinção ou endêmicas. “A região ainda funciona como rota
migratória para algumas espécies, principalmente os misticetos, ocupando
sazonalmente a área; e também é utilizada como área de alimentação, em função
da alta produtividade associada a sistemas costeiros e à proximidade de rios
que fornecem uma alta disponibilidade de presas, sendo dessa forma ocupada
sazonalmente por algumas espécies; o local também serve como habitat fixo para
pequenos cetáceos, com distribuição mais restrita, como é o caso da toninha e
do golfinho de dentes rugosos”, aponta o RIMA.
Além disso, os próprios relatórios mostram que os
impactos vão atingir espécies da fauna consideradas relevantes, como a
perereca-de-capacete, perereca-verde e rã-manteiga, lagarto-do-rabo-verde
(incluído na lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção), o
cágado amarelo,
jacaré-do-papo-amarelo e lagartixa-da-areia (incluídos na lista da
fauna ameaçada do Estado do Rio de Janeiro). No grupo das serpentes, foram registradas espécies de interesse médico, como corre-campo e jararaca, que podem desaparecer.
jacaré-do-papo-amarelo e lagartixa-da-areia (incluídos na lista da
fauna ameaçada do Estado do Rio de Janeiro). No grupo das serpentes, foram registradas espécies de interesse médico, como corre-campo e jararaca, que podem desaparecer.
Outras espécies também poderão ser prejudicadas,
como sabiá-da-praia, criticamente ameaçado no Estado do Rio de Janeiro; a
saíra-sapucaia, endêmica da Mata Atlântica; a lontra, listada como vulnerável
no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção; e Parides ascanius,
espécie de borboleta ameaçada de extinção. “Não são raros os casos de
tartarugas marinhas que aparecem mortas. Recentemente, apareceram duas mortas
com o casco quebrado”, disse.
Com informações da Revista
Visão Socioambiental
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