26 março 2012

Empresa está destruindo uma das últimas áreas de restinga no país


Com o argumento de estimular o crescimento da região Norte Fluminense, empresários e gestores públicos estão promovendo a maior destruição de uma das últimas áreas de restinga do país: sete mil hectares no município de São João da Barra, destinada pelos governos municipal e estadual para a criação do Distrito Industrial, que será gerido pela Codin (órgão estadual), mas dotado de infraestrutura com investimentos privados do grupo EBX, do empresário Eike Batista.
A área é marcada pela singularidade da fauna e flora, classificadas como de extremo interesse para a conservação da biodiversidade, além de abrigar espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, que poderão desaparecer em função da redução de seu habitat natural.

Espécies ameaçadas
Os RIMAs ( Relatórios de Impacto Ambiental ) mostram que nos locais que serão diretamente afetados existem áreas alagáveis que servem de abrigo, refúgio, alimentação e reprodução das aves, incluindo espécies em extinção ou endêmicas. “A região ainda funciona como rota migratória para algumas espécies, principalmente os misticetos, ocupando sazonalmente a área; e também é utilizada como área de alimentação, em função da alta produtividade associada a sistemas costeiros e à proximidade de rios que fornecem uma alta disponibilidade de presas, sendo dessa forma ocupada sazonalmente por algumas espécies; o local também serve como habitat fixo para pequenos cetáceos, com distribuição mais restrita, como é o caso da toninha e do golfinho de dentes rugosos”, aponta o RIMA.
Além disso, os próprios relatórios mostram que os impactos vão atingir espécies da fauna consideradas relevantes, como a perereca-de-capacete, perereca-verde e rã-manteiga, lagarto-do-rabo-verde (incluído na lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção), o cágado amarelo,
jacaré-do-papo-amarelo e lagartixa-da-areia (incluídos na lista da
fauna ameaçada do Estado do Rio de Janeiro). No grupo das serpentes, foram registradas espécies de interesse médico, como corre-campo e jararaca, que podem desaparecer.
Outras espécies também poderão ser prejudicadas, como sabiá-da-praia, criticamente ameaçado no Estado do Rio de Janeiro; a saíra-sapucaia, endêmica da Mata Atlântica; a lontra, listada como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção; e Parides ascanius, espécie de borboleta ameaçada de extinção. “Não são raros os casos de tartarugas marinhas que aparecem mortas. Recentemente, apareceram duas mortas com o casco quebrado”, disse.
Com informações da Revista Visão Socioambiental
 

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