Gustavo Campelo
EXCLUSIVO | O
TEMA é pouco estudado, mas estima-se que 75% das cadelas não castradas
apresentam sintomas de Pseudociese ou, mais popularmente chamada,
gravidez ou prenhez psicológica. Geralmente, os sintomas começam 6
semanas após o término do cio e envolvem alterações hormonais
compatíveis com a gestação que resultam em alterações fisiológicas e,
mais visivelmente, comportamentais.
MUITAS cadelas começam a construir um ninho, adotam objetos como
bichos de pelúcia, uma bola, ou ainda filhotes de outras fêmeas e até
mesmo de outra espécie. “Também demonstram excessivo carinho e proteção
de território, lambedura do abdômen, distensão mamária, desenvolvimento
de glândulas mamárias com ou sem leite, ganho de peso, sinais externos
de parto e auto-amamentação”, aponta o comportamentalista animal Gustavo
Campelo.
ORIGEM da síndrome
O COMPORTAMENTALISTA revela que existe uma grande probabilidade da
Pseudociese ser uma herança genética dos lobos. Isso porque nas matilhas
de lobos, os filhotes pertencem à fêmea mais dominante. Sendo que esta
fêmea normalmente ficaria muito tempo sem poder sair para caçar, pois
precisaria cuidar dos filhotes. “Mas se as outras fêmeas do bando
pudessem amamentar, a fêmea dominante poderia sair para caçar”, explica.
Ou seja, do ponto de vista biológico, a falsa gravidez representa uma
vantagem evolutiva que colaborava para o aumento das chances de
sobrevivência da matilha.
PERFIL da cadela com Pseudociese
NÃO existe um padrão de raças, idade ou localização geográfica para a
ocorrência da pseudociese, ou seja, qualquer cadela está sujeita à
síndrome. “Na verdade, muitos pesquisadores acreditam que todas as
cadelas sofrem de Pseudociese, mas algumas não manifestam os sintomas”,
conta Campelo. Até mesmo cachorras que já tiveram filhotes podem
continuar apresentando gravidez psicológica.
TRATAMENTO
“A REAÇÃO dos proprietários deve ser de modo que não incentive tais
comportamentos”, indica o comportamentalista. “Brigar com a cadela em
situações de agressividade ou proteção do ninho apenas piora o
problema”, complementa. A sugestão do especialista é tentar transferir a
atenção desses comportamentos aumentando consideravelmente as
atividades físicas. Além do uso de colar elizabetano ou abajur para evitar a lambedura que acaba estimulando as glândulas mamárias.
SE o comportamento se repetir, o correto é seguir novamente todas as
recomendações. Segundo Campelo, 50% das cadelas não repetem este
comportamento, mas a castração fora do período de gravidez psicológica
também é indicada caso o problema persista.
Fonte: Caninablog
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